quarta-feira, 24 de março de 2010

A Semana Santa



A Paz de Deus a todos!!


O catecismo nos ensina que:

§1085 Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente seu mistério pascal. Durante sua vida terrestre, Jesus anunciava seu Mistério pascal por seu ensinamento e o antecipava por seus atos. Quando chegou sua hora, viveu o único evento da história que não passa: Jesus morre, é sepultado, ressuscita dentre os mortos e está sentado à direita do Pai "uma vez por todas" (Rm 6,10; Hb 7,27; 9,12). É um evento real, acontecido em nossa história, mas é único: todos os outros eventos da história acontecem uma vez e depois passam, engolidos pelo passado. O Mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no passado, já que por sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo é, fez e sofreu por todos os homens participa da eternidade divina, e por isso abraça todos os tempos e nele se mantém presente. O evento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida.
É durante a Semana Santa que vivenciamos em comunhão com a Igreja, de forma intensa, esse sacrificio que se repete todos os dias em nossos altares, em nossas vidas. É durante "A Grande Semana" que se manifesta o momento máximo de nossa fé, a Páscoa e o mistério de nossa salvação pela paixão, morte e ressurreição de Jesus.
É preciso que vivamos com fé essa semana, a semana mais importante do ano, viva com espírito de verdade. Não se entregue a festas e comemorações sem sentido, shows, eventos e sobre tudo ao pecado veiculado pela mídia, entregue essa semana a Deus.
A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos e termina no Sábado de Aleluia. Na Semana Santa a Igreja nos convida a viver os últimos dias de Jesus no meio de nós e meditarmos sobre tudo que ele fez e ensinou naqueles dias, vivenciarmos seus sentimentos nos ajudam a compreender seu plano de salvação, a sermos obedientes a vontade do pai, mesmo que isso nos leve a morte pois como Cristo a venceu, nele seremos santinficados.

Domingo de Ramos

36E enquanto Jesus passava, o povo ia estendendo suas roupas no caminho. 37Quando chegou perto da descida do monte das Oliveiras, a multidão dos discípulos, aos gritos e cheia de alegria, começou a louvar a Deus por todos os milagres que tinha visto. 38Todos gritavam: “Bendito o rei, que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” 39Do meio da multidão, alguns dos fariseus disseram a Jesus: “Mestre, repreende teus discípulos!” 40Jesus, porém, respondeu: “Eu vos declaro: se eles se calarem, as pedras gritarão”.  (Lc, 19, 36-40)
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No Domingo de Ramos, Jesus entra triunfante em Jerusalém para a festa da páscoa. Porém, ele está ciente de tudo quem tem que fazer e do destino que lhe aguarda. No domingo de Ramos o evangelho de Lucas que é lido antes da procissão nos trás uma mensagem de alegria e também de obediência. Jesus sabia que seria preso, julgado e condenado se entrasse em Jerusalém naqueles dias pois, o que o Pai lhe instruia humilharia todos os ímpios que dominavam a sociedade. Mas ele nos mostra que devemos seguir a vontade de Deus sem vacilar.

Já durante a celebração, na Liturgia da Palavra, a Igreja nos antecipa o que estaria por vir nos dias de Jesus.

14“Vós me trouxestes este homem como se fosse um agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais; 15nem Herodes, pois o mandou de volta para nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. 16Portanto, vou castigá-lo e o soltarei”.
18Toda a multidão começou a gritar: “Fora com ele! Solta-nos Barrabás!” (Lc, 23, 14-18)

 Humilhado, julgado por aqueles que dias antes O aplaudiam e exultavam a Deus por seu nome. Jesus vê-Se agora sozinho. Mas por sua paixão e morte ele nos livrará de todo o pecado.


Segunda-Feira Santa


6“Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas. (Is 42, 6-7)


Deus mostra, através de Isaías,  quão grandioso será o Seu Salvador, o seu filho amado, Aquele a quem Ele toma pela mão, Aquele quem vem cheio de poder e glória.


3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5“Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para dá-las aos pobres?” 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: “Deixa-a; ela fez isto em vista do dia da minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis”. (Jo 12, 3-8)

No evangelho da Segunda-Feira Santa vemos Lázaro, o ressuscitado,  como sinal de esperança e fé no Redentor do Mundo, Jesus que ao ressuscitar Lázaro prova que não só é Senhor da Morte como também o Senhor do Tempo, pois Lázaro já cheirava mal. E por isso muitos creram Nele. O evangelho vem mostrar que o do diabo age com pre-meditação, observada na reação de Judas Iscariotes - o ladrão. Então Jesus revela mais uma vez que seu tempo neste mundo estava acabando, que era preciso que não se perca a fé em sua divindade. 


Terça-Feira Santa


1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. (Is 49, 1-3)

31Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.
36Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. 37Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”. 
(Jo 13, 31-33, 36-38)

Isaías, profetiza Jesus, o único messias, por meio de quem Deus se glorificará. Jesus a "Espada Afiada", o Verbo de Deus que abrirá por meio de suas palavras feridas profundas no comportamento da humanidade e sua cicatriz será o sinal eterno de nossa salvação. Vemos no evangelho da Santa Ceia a revelação que Jesus faz aos seus discípulos que é sobre Ele que Isaías falara aos seus pais outrora. E vemos mais uma vez Jesus alerta que Seu Reino não é neste mundo e que será preciso a morte (no tempo de Deus, hein?), a páscoa, para que O possamos seguir. É preciso antes de tudo coragem, pois Jesus sabia que ante a ameaça da morte Pedro, como tantos outros, vacilaria.

segunda-feira, 15 de março de 2010

É preciso descobrir a verdadeira face de Deus, diz Bento XVI

Da Redação, com Rádio Vaticano

foto: Reuters

''Reconhecendo-se amados por um amor gratuito, (...) entramos finalmente em um relacionamento verdadeiramente filial e livre com Deus''
O Papa Bento XVI afirmou neste domingo, 14, durante a oração do Angelus dominical que o ateísmo esconde, não poucas vezes, a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus. O Santo Padre refletiu sobre o Evangelho do IV Domingo da Quaresma, a parábola do "Filho Pródigo".

"Essa página de São Lucas constitui um ápice da espiritualidade e da literatura de todos os tempos. De fato, o que seria da nossa cultura, da arte, e mais em geral da nossa civilização sem essa revelação de um Deus Pai cheio de misericórdia?", disse o Papa.

"Essa parábola continua a nos emocionar, e todas as vezes que a ouvimos ou a lemos é capaz de nos sugerir novos significados. Sobretudo, esse texto evangélico tem o poder de nos falar de Deus, de nos fazer conhecer a sua face, melhor ainda, o seu coração", afirmou.

A parábola do Filho Pródigo reflete os modos "imaturos" dos dois filhos de se relacionarem com Deus: a rebeldia e a hipocrisia. Ao mesmo tempo o Papa comparou o progresso na relação paterno-filial com o que se produz com Cristo.

"Pode existir uma fase que é como a infância: uma religião movida pela necessidade, pela dependência. À medida que o homem cresce e se emancipa, quer libertar-se dessa submissão e ser livre, adulto, capaz de regular-se sozinho e de fazer as suas próprias escolhas de modo autônomo, pensando, inclusive, de prescindir de Deus", explicou.

"Essa fase, certamente é delicada, pode levar ao ateísmo, porém, também isso, não poucas vezes, esconde a exigência de descobrir a verdadeira face de Deus".

Segundo o Papa, "por sorte" Deus não deixa nunca de ser fiel e está sempre ali, mesmo quando nos distanciamos ou "nos perdemos", dando-nos sempre seu amor, "perdoando nossos erros e falando interiormente à nossa consciência para nos chamar a Ele".

O Papa evidenciou ainda que somente experimentando o perdão, "reconhecendo-se amados por um amor gratuito, maior do que a nossa miséria, mas também da nossa justiça, entramos finalmente em um relacionamento verdadeiramente filial e livre com Deus". E concluiu:

"Queridos amigos, meditemos essa parábola. Vamos nos espelhar nos dois filhos, e sobretudo contemplemos o coração do Pai. Lancemo-nos entre os seus braços e deixemo-nos regenerar pelo seu amor misericordioso. Ajude-nos nesta tarefa a Virgem Maria, Mater misericordiae."

Em seguida o Papa rezou a oração mariana do Angelus e concedeu a todos a sua Benção Apostólica. Antes de se despedir dos fiéis na Praça São Pedro neste domingo, Bento XVI saudou os vários grupos de peregrinos presentes em várias línguas, entre as quais o português:

“Saúdo também os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo de brasileiros que quis fazer deste encontro com o Sucessor de Pedro na Oração do Angelus uma etapa de sua caminhada quaresmal. Possam a oração, a penitência e a solidariedade ajudar-vos a preparar com mais fervor e fé para as festas que se aproximam. Ide com Deus."

O Papa Bento XVI visita na tarde deste domingo a comunidade da Igreja luterana localizada na Rua Sicília, centro de Roma. O Santo Padre vai ser acolhido pelo Pastor Jens-Martin Kruse, e se encontrará com mais de trezentos membros inseridos em diversas atividades espirituais, formativas e culturais. O Papa viverá com eles uma celebração ecumênica e, em seguida, encontrará os membros do Conselho.

A comunidade luterana de Roma já havia convidado o Papa em 2008, nos 25 anos da visita de João Paulo II à “Igreja de Cristo”, (Christuskirche) na Via Sicilia. Naquela ocasião, 11 de dezembro de 1983, celebravam-se 500 anos do nascimento de Martinho Lutero.

fonte: cancaonova.com

domingo, 14 de março de 2010

Teoria Musical para Ministros de Música Parte II - Entendendo a Música


A Paz de Deus a todos!

Tempos de um compasso, síncopa, contratempo e Valores Irregulares

     Como vimos anteriormente um compasso é um conjunto determinados de pulsos. Esses pulsos (tempos) dentro de um compasso são subdivididos em fortes, meio fortes ou fracos.
     Num compasso binário (2 tempos) temos o primeiro tempo forte e o segundo fraco. Já num compasso terciário temos o primeiro tempo forte e os dois seguintes fracos. Num compasso quaternário por sua vez temos o primeiro tempo forte, o segundo fraco, o terceiro meio forte e o quarto tempo é fraco.
     Observamos que todos os primeiros tempos dos compassos são fortes. E é dessa maneira que, ao ouvir uma música, identificamos o início de um compasso. Observe nas musicas que você escuta, há um momento que a bateria bate mais forte e outros onde ela é mais suave.
     É importante saber que uma música pode não começar no tempo forte, e nem mesmo no segundo tempo, chamamos este caso de anacruse, onde os tempos que não foram utilizados neste compasso inicial serão completados no último compasso. Veja o exemplo:

Exemplo de anacruse

Síncopa

     A síncopa é uma acentuação rítmica sobre o ritmo original. Como Assim??
     Os tempos fortes e meio fortes são tempos ditos acentuados. Então como regra: "Acentua-se o primeiro tempo de cada compasso." Então quando da acentuação de um outro tempo que não o tempo forte temos uma síncopa.
     Em resumo a síncopa é a transferência da acentuação do tempo forte para um tempo fraco. E é muito empregada em nossa música popular. Vejamos um exemplo na música Amigos Pela Fé da Banda Anjos de Resgate.


Exemplo de Síncopa

     Observe que o terceiro tempo do compasso destacado (meio forte) é "emendado", sincopado,  ao segundo tempo do compasso pelo uso da ligadura de aumento e o primeiro tempo do compasso seguinte (forte) é por sua vez sincopado, ao quarto tempo do compasso anterior.
O uso da síncopa fornece um ritmo diferenciado a música e fornece um balanço "bem brasileiro" a música. Não que a síncopa seja uma exclusividade de nossa música.

Contratempo

     O contratempo não é uma síncopa.(rss) Ele é caracterizado pela ausência do som do tempo forte e/ou meio forte de um compasso, esses tempos são substituídos por pausas. Vamos usar o mesmo exemplo para demonstrar um contratempo na musica (introdução) do Anjos de Resgate.


exemplo de contratempo

Valores Irregulares

      Chamamos de valores irregulares as figuras que fogem a relação de 1:2 (um para dois) das figuras que já vimos e passam a ser representadas por várias figuras que substituem outras figuras da mesma espécie. Ou seja dividimos uma figura musical por outro valor que não por 2. Essas figuras são chamadas de quiálteras onde as trêsquialteras e seisquialteras são bastante utilizadas.

     Nas trêsquialteras a mais utilizada é a tercina onde três colcheias substituem duas colcheias. Ou seja, num compasso 4/4, por exemplo, a tercina tem o valor de um tempo. Representamos as quiálteras com o uso de um colchete unindo as notas e sobre esse colchete o numero de figuras que estamos utilizando.

No exemplo a seguir observe a notação das quiálteras e como elas preenchem o compasso:

valores irregulares

     Observando o exemplo vemos que no primeiro compasso a tercina tem o valor de uma seminima, ou de duas colcheias, ou seja de um tempo. No segundo compasso cinco semicolcheias valem o tempo logo estas 5 colcheias substituem 4 semicolcheias que valem a seminima, a unidade de tempo do compasso 4/4. E você? Consegue analisar o terceiro compasso?